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As redes sociais das crianças com incapacidades em contextos pré-escolares inclusivos

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Summary:Nos jardins de infância as crianças têm oportunidade de desenvolver a sua participação social, ou seja, interagirem positivamente com os seus pares, estabelecerem relações de amizade e construírem redes sociais com o grupo de pares (Rubin, Bukowski, & Parker, 2006). Contudo, a investigação sugere que, comparativamente com as crianças que apresentam desenvolvimento típico, as crianças com incapacidades manifestam dificuldade em estabelecer relações interpessoais com as outras crianças, evidenciando uma participação social menor, interações sociais com menos qualidade e redes sociais mais pequenas, desempenhando frequentemente papéis subordinados, durante a interação com os seus pares (Aguiar, Moiteiro, & Pimentel, 2011). Este estudo teve como finalidade investigar as características das redes sociais que as crianças com incapacidades estabelecem com os seus pares em contexto de sala de educação de infância inclusiva e averiguar em que medida o apoio do educador está associado à participação das crianças com incapacidades nas brincadeiras com as outras crianças da mesma sala que fazem parte da sua rede social. Participaram neste estudo 60 crianças com incapacidades e 60 crianças com desenvolvimento típico, com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos, que frequentavam salas de educação préescolar inclusivas, do distrito de Lisboa, assim como os respetivos educadores. De acordo com os resultados obtidos, não se encontraram diferenças no tamanho das redes sociais estabelecidas por crianças com e sem incapacidades, mas encontraram-se diferenças relativamente a dimensões específicas das experiências sociais no decurso das brincadeiras com as outras crianças da rede de pares (e.g., tempo de brincadeira juntas). Os resultados revelaram ainda que as educadoras de infância proporcionam mais apoio às díades que incluem uma criança com incapacidades do que às díades de crianças sem incapacidades e que esse apoio aumenta quando aumentam os conflitos entre as crianças. Contudo, a frequência deste apoio não está associada ao grau de incapacidade da criança, nem à sua idade. Este trabalho contribui para o conhecimento sobre as redes sociais das crianças com incapacidades, permitindo identificar prioridades de intervenção no sentido de promover a inclusão social em contextos préescolares.
Authors:Aguiar, Cecília
Subject:Social networks Inclusion Social participation Crianças com incapacidades Redes sociais Participação social Inclusão Children with disabilities
Year:2015
Country:Portugal
Document type:master thesis
Identifiers:ID: 201852306
Access type:Open
Associated institution:Repositório Comum, Instituto Superior de Educação e Ciências, Repositório Comum, Repositório Comum, Instituto Superior de Ciências Educativas
Funded project code:201852306
Language:Portuguese
Origin:Repositório Comum
Description
Summary:Nos jardins de infância as crianças têm oportunidade de desenvolver a sua participação social, ou seja, interagirem positivamente com os seus pares, estabelecerem relações de amizade e construírem redes sociais com o grupo de pares (Rubin, Bukowski, & Parker, 2006). Contudo, a investigação sugere que, comparativamente com as crianças que apresentam desenvolvimento típico, as crianças com incapacidades manifestam dificuldade em estabelecer relações interpessoais com as outras crianças, evidenciando uma participação social menor, interações sociais com menos qualidade e redes sociais mais pequenas, desempenhando frequentemente papéis subordinados, durante a interação com os seus pares (Aguiar, Moiteiro, & Pimentel, 2011). Este estudo teve como finalidade investigar as características das redes sociais que as crianças com incapacidades estabelecem com os seus pares em contexto de sala de educação de infância inclusiva e averiguar em que medida o apoio do educador está associado à participação das crianças com incapacidades nas brincadeiras com as outras crianças da mesma sala que fazem parte da sua rede social. Participaram neste estudo 60 crianças com incapacidades e 60 crianças com desenvolvimento típico, com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos, que frequentavam salas de educação préescolar inclusivas, do distrito de Lisboa, assim como os respetivos educadores. De acordo com os resultados obtidos, não se encontraram diferenças no tamanho das redes sociais estabelecidas por crianças com e sem incapacidades, mas encontraram-se diferenças relativamente a dimensões específicas das experiências sociais no decurso das brincadeiras com as outras crianças da rede de pares (e.g., tempo de brincadeira juntas). Os resultados revelaram ainda que as educadoras de infância proporcionam mais apoio às díades que incluem uma criança com incapacidades do que às díades de crianças sem incapacidades e que esse apoio aumenta quando aumentam os conflitos entre as crianças. Contudo, a frequência deste apoio não está associada ao grau de incapacidade da criança, nem à sua idade. Este trabalho contribui para o conhecimento sobre as redes sociais das crianças com incapacidades, permitindo identificar prioridades de intervenção no sentido de promover a inclusão social em contextos préescolares.