Publication

VULNERABILIDADES DO CONCELHO DE OLHÃO FACE À OCORRÊNCIA DE TSUNAMIS

Bibliographic Details
Summary:	A região do Algarve foi atingida por dois grandes tsunamis nos anos de 1722 e 1755. Estes dois eventos foram responsáveis por elevados impactos nesta região, tendo o tsunami de 1755 provocado cerca de 1 000 mortos. Tendo em conta estes eventos, foi desenvolvido um estudo no concelho de Olhão para se identificarem os elementos em perigo e estudar as vulnerabilidades de estruturas e da população face à ocorrência de um tsunami. Consideraram-se cinco cenários de inundação por tsunamis (cotas de 2, 4, 6, 8 e 10 metros) que em conjunto com um modelo digital do terreno permitiu identificar e estudar as vulnerabilidades do concelho face a este tipo de perigo. Para o cenário menos grave, em que se considera que um tsunami inunda as áreas até à cota dos 2 m, e para o pior cenário (10 m) foram identificados 1 388 edifícios e 8 340 edifícios localizados em das áreas de inundação por tsunamis. Estimase que para o cenário de 2 m e de 10 m possam existir 1 275 e 27 248 residentes localizados em áreas suscetíveis de inundação por tsunamis e que necessitem de ser evacuados para zonas mais seguras. Para um cenário de inundação até à cota de 4 m, a coordenação e gestão da emergência do Município de Olhão poderá ficar comprometida já que a Câmara Municipal poderá ficar inundada. Relativamente aos serviços afetos à saúde é de salientar que o Centro de Saúde de Olhão não deverá ser inundado por nenhum dos cenários considerados. Para o cenário de 2 m identificou-se uma escola primária com 342 alunos e com pré-escolar integrado que poderá ser inundada. A implementação de um sistema de aviso e alerta, a remoção de entulho, o estabelecimento de grupos de avaliação da estabilidade dos edifícios com danos e a logística associada à montagem de campos de desalojados são tarefas que devem ser devidamente planeadas e articuladas entre os vários níveis de proteção civil. As vulnerabilidades estruturais e humanas estimadas no presente estudo e os meios que serão necessários para uma resposta efetiva, indicam que a capacidade de resposta local poderá não ser suficiente, pelo que a participação dos escalões regional, nacional e mesmo internacional deverão ser necessários.
Authors:	Oliveira, Ana Paula
Subject:	Tsunami, Olhão, cenário, cota, áreas suscetíveis, vulnerabilidades Tsunami, Olhão, scenery, elevation, susceptible areas, vulnerabilities
Year:	2022
Country:	Portugal
Document type:	master thesis
Identifiers:	ID: 202942740
Access type:	Open
Associated institution:	Repositório Comum, Instituto Superior de Educação e Ciências, Repositório Comum, Instituto Superior de Ciências Educativas, Repositório Comum
Funded project code:	202942740
Language:	Portuguese
Origin:	Repositório Comum

Description
Summary:	A região do Algarve foi atingida por dois grandes tsunamis nos anos de 1722 e 1755. Estes dois eventos foram responsáveis por elevados impactos nesta região, tendo o tsunami de 1755 provocado cerca de 1 000 mortos. Tendo em conta estes eventos, foi desenvolvido um estudo no concelho de Olhão para se identificarem os elementos em perigo e estudar as vulnerabilidades de estruturas e da população face à ocorrência de um tsunami. Consideraram-se cinco cenários de inundação por tsunamis (cotas de 2, 4, 6, 8 e 10 metros) que em conjunto com um modelo digital do terreno permitiu identificar e estudar as vulnerabilidades do concelho face a este tipo de perigo. Para o cenário menos grave, em que se considera que um tsunami inunda as áreas até à cota dos 2 m, e para o pior cenário (10 m) foram identificados 1 388 edifícios e 8 340 edifícios localizados em das áreas de inundação por tsunamis. Estimase que para o cenário de 2 m e de 10 m possam existir 1 275 e 27 248 residentes localizados em áreas suscetíveis de inundação por tsunamis e que necessitem de ser evacuados para zonas mais seguras. Para um cenário de inundação até à cota de 4 m, a coordenação e gestão da emergência do Município de Olhão poderá ficar comprometida já que a Câmara Municipal poderá ficar inundada. Relativamente aos serviços afetos à saúde é de salientar que o Centro de Saúde de Olhão não deverá ser inundado por nenhum dos cenários considerados. Para o cenário de 2 m identificou-se uma escola primária com 342 alunos e com pré-escolar integrado que poderá ser inundada. A implementação de um sistema de aviso e alerta, a remoção de entulho, o estabelecimento de grupos de avaliação da estabilidade dos edifícios com danos e a logística associada à montagem de campos de desalojados são tarefas que devem ser devidamente planeadas e articuladas entre os vários níveis de proteção civil. As vulnerabilidades estruturais e humanas estimadas no presente estudo e os meios que serão necessários para uma resposta efetiva, indicam que a capacidade de resposta local poderá não ser suficiente, pelo que a participação dos escalões regional, nacional e mesmo internacional deverão ser necessários.