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Política Nacional de Gestão do Espaço Aéreo: Um contributo para a sua definição

Detalhes bibliográficos
Resumo:No final do século XX, o crescimento acentuado do tráfego aéreo impulsionou uma série de medidas estruturais, na União Europeia, designadas genericamente por Céu Único Europeu que assenta, entre outros, na gestão do espaço aéreo, nomeadamente através do conceito do Uso Flexível do Espaço Aéreo que prevê a nomeação por cada Estado, de um High Level Airspace Policy Body (HLAPB). Em Portugal, essa entidade foi inicialmente composta pelo Instituto Nacional da Aviação Civil, pela Força Aérea e pela NAV Portugal E.P., designada por INFANAV, a qual foi criada através de um protocolo celebrado entre estas entidades. No presente trabalho, demonstra-se que tal documento é insuficiente para enquadrar em termos políticos o HLAPB. Mostra-se, assim, necessária a existência de uma política nacional de gestão de espaço aéreo que contemple, entre outros elementos, a forma como é definido e estruturado o HLAPB em Portugal. Através deste trabalho, procurámos: (a) identificar perspetivas de autoridades e prestadores de serviços de navegação aérea sobre a atual estrutura de gestão do espaço aéreo nacional e sua adequação aos requisitos da regulamentação europeia, e (b) analisar as opiniões emitidas tendo por referência a situação em outros países europeus. Para concretizarmos os objetivos propostos, desenhámos um estudo qualitativo com recolha de dados através de entrevista semi-diretiva a um conjunto de oito participantes, selecionados por conveniência. Os dados foram sujeitos a análise de conteúdo e os resultados permitiram elencar um conjunto de elementos para a definição de uma política de gestão do espaço aéreo nacional em Portugal, onde se inclui, entre outros, a criação de um edifício legislativo, o envolvimento de representantes dos principais ministérios envolvidos nesta temática e uma maior autonomia dos órgãos de decisão estratégica, quer através de pessoas dedicadas a essa função, como através de financiamento próprio.
Autores:Freitas, Ana
Assunto:Gestão de Espaço Aéreo, Gestão de Tráfego Aéreo, Céu Único Europeu, Uso Flexível do Espaço Aéreo, Cooperação Civil-Militar Airspace management, Air Traffic Management, Single European Sky, Flexible Use of Airspace, Civil-Military Cooperation
Ano:2024
País:Portugal
Tipo de documento:dissertação de mestrado
Tipo de acesso:Aberto
Instituição associada:Repositório Comum, Instituto Superior de Ciências Educativas, Repositório Comum, Instituto Superior de Educação e Ciências
Idioma:português
Origem:Repositório Comum
Descrição
Resumo:No final do século XX, o crescimento acentuado do tráfego aéreo impulsionou uma série de medidas estruturais, na União Europeia, designadas genericamente por Céu Único Europeu que assenta, entre outros, na gestão do espaço aéreo, nomeadamente através do conceito do Uso Flexível do Espaço Aéreo que prevê a nomeação por cada Estado, de um High Level Airspace Policy Body (HLAPB). Em Portugal, essa entidade foi inicialmente composta pelo Instituto Nacional da Aviação Civil, pela Força Aérea e pela NAV Portugal E.P., designada por INFANAV, a qual foi criada através de um protocolo celebrado entre estas entidades. No presente trabalho, demonstra-se que tal documento é insuficiente para enquadrar em termos políticos o HLAPB. Mostra-se, assim, necessária a existência de uma política nacional de gestão de espaço aéreo que contemple, entre outros elementos, a forma como é definido e estruturado o HLAPB em Portugal. Através deste trabalho, procurámos: (a) identificar perspetivas de autoridades e prestadores de serviços de navegação aérea sobre a atual estrutura de gestão do espaço aéreo nacional e sua adequação aos requisitos da regulamentação europeia, e (b) analisar as opiniões emitidas tendo por referência a situação em outros países europeus. Para concretizarmos os objetivos propostos, desenhámos um estudo qualitativo com recolha de dados através de entrevista semi-diretiva a um conjunto de oito participantes, selecionados por conveniência. Os dados foram sujeitos a análise de conteúdo e os resultados permitiram elencar um conjunto de elementos para a definição de uma política de gestão do espaço aéreo nacional em Portugal, onde se inclui, entre outros, a criação de um edifício legislativo, o envolvimento de representantes dos principais ministérios envolvidos nesta temática e uma maior autonomia dos órgãos de decisão estratégica, quer através de pessoas dedicadas a essa função, como através de financiamento próprio.