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HOME-MADE FROZEN STENTED ELEPHANT TRUNK EM CONTEXTO DE DISSEÇÃO AÓRTICA AGUDA: UMA INTERVENÇÃO HÍBRIDA REALIZADA EM CONTEXTO DE URGÊNCIA
| Summary: | Introdução: O envolvimento da aorta ascendente/arco aórtico em contexto da patologia da aorta torácica pode contraindicar a realização de uma correção endovascular (TEVAR: thoracic endovascular aortic repair) devido à ausência de uma zona de selagem proximal adequada. Intervenções híbridas que combinam a substituição cirúrgica da aorta ascendente/arco aórtico com um TEVAR da aorta descendente associam-se a bons resultados. Apesar da existência de devices dedicados (E-vita®, Thoraflex®), a sua disponibilidade pode não ser imediata em casos urgentes que poderão requerer a realização de soluções inventivas como aquela que descrevemos. Caso Clínico: Um doente de 53 anos, sexo masculino, hipertenso e ex-fumador foi admitido devido a uma disseção aguda não-A-não-B, complicada com uma rotura contida a nível do istmo aórtico e um hemotórax esquerdo. Tendo em conta a ausência de uma zona de selagem proximal adequada decidimos realizar um frozen elephant trunk usando os materiais que tínhamos disponíveis a nível hospitalar. Foi assim realizado um debranching do tronco arterial braquio- cefálico e da carótida esquerda usando uma prótese de dacron bifurcada (16×8 mm). Realizámos uma substituição do arco aórtico com uma prótese de dacron (28 mm), sob paragem circulatória e hipotermia. Seguidamente procedemos à libertação anterograda de uma endoprótese (30×30×157mm) sob visualização direta. A anastomose proximal foi realizada a nível da junção sinotubular. A angiografia final demostrou o arco aórtico corretamente reconstruído, exclusão bem-sucedida da porta de entrada proximal, do local de rotura bem como uma adequada perfusão visceral e renal. O doente teve um pós-operatório sem intercorrências, com alta ao 23o dia. O angioTC de controlo demonstrou uma expansão do verdadeiro lumen e a ausência de complicações. Conclusão: Esta intervenção híbrida recorrendo a off-the-shelf devices foi bem-sucedida e evitou a morbilidade cumula- tiva associada à toracotomia esquerda bem como às dificuldades técnicas da correção cirúrgica aberta nestas condições. Na ausência de material específico e dedicado a este tipo de casos, as técnicas híbridas devem ser tidas em conta. A existência de uma “Aortic Team” disponível para avaliar, decidir e combinar a diferenciação da cirurgia cardiotorácica e da cirurgia vascular foi essencial para alcançar o sucesso deste caso. |
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| Subject: | non-A non-B acute aortic dissection Frozen-Stented Elephant Trunk disseção aórtica não-A-não-B rotura aórtica aortic rupture |
| Country: | Portugal |
| Document type: | journal article |
| Access type: | Restricted |
| Associated institution: | Angiologia e Cirurgia Vascular |
| Language: | English |
| Origin: | Angiologia e Cirurgia Vascular |
| Summary: | Introdução: O envolvimento da aorta ascendente/arco aórtico em contexto da patologia da aorta torácica pode contraindicar a realização de uma correção endovascular (TEVAR: thoracic endovascular aortic repair) devido à ausência de uma zona de selagem proximal adequada. Intervenções híbridas que combinam a substituição cirúrgica da aorta ascendente/arco aórtico com um TEVAR da aorta descendente associam-se a bons resultados. Apesar da existência de devices dedicados (E-vita®, Thoraflex®), a sua disponibilidade pode não ser imediata em casos urgentes que poderão requerer a realização de soluções inventivas como aquela que descrevemos. Caso Clínico: Um doente de 53 anos, sexo masculino, hipertenso e ex-fumador foi admitido devido a uma disseção aguda não-A-não-B, complicada com uma rotura contida a nível do istmo aórtico e um hemotórax esquerdo. Tendo em conta a ausência de uma zona de selagem proximal adequada decidimos realizar um frozen elephant trunk usando os materiais que tínhamos disponíveis a nível hospitalar. Foi assim realizado um debranching do tronco arterial braquio- cefálico e da carótida esquerda usando uma prótese de dacron bifurcada (16×8 mm). Realizámos uma substituição do arco aórtico com uma prótese de dacron (28 mm), sob paragem circulatória e hipotermia. Seguidamente procedemos à libertação anterograda de uma endoprótese (30×30×157mm) sob visualização direta. A anastomose proximal foi realizada a nível da junção sinotubular. A angiografia final demostrou o arco aórtico corretamente reconstruído, exclusão bem-sucedida da porta de entrada proximal, do local de rotura bem como uma adequada perfusão visceral e renal. O doente teve um pós-operatório sem intercorrências, com alta ao 23o dia. O angioTC de controlo demonstrou uma expansão do verdadeiro lumen e a ausência de complicações. Conclusão: Esta intervenção híbrida recorrendo a off-the-shelf devices foi bem-sucedida e evitou a morbilidade cumula- tiva associada à toracotomia esquerda bem como às dificuldades técnicas da correção cirúrgica aberta nestas condições. Na ausência de material específico e dedicado a este tipo de casos, as técnicas híbridas devem ser tidas em conta. A existência de uma “Aortic Team” disponível para avaliar, decidir e combinar a diferenciação da cirurgia cardiotorácica e da cirurgia vascular foi essencial para alcançar o sucesso deste caso. |
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