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LESÃO IATROGÉNICA DA ARTÉRIA SUBCLÁVIA TRATADA PERCUTANEAMENTE COM DISPOSITIVO DE ENCERRAMENTO ARTERIAL

Detalhes bibliográficos
Resumo:Introdução: A punção arterial subclávia é uma complicação relativamente frequente da tentativa de colocação de cateteres venosos centrais (CVC). A colocação de um CVC na artéria é mais rara, mas com potenciais complicações graves sobretudo na sua retirada. O controle da potencial hemorragia na retirada do CVC é habitualmente realizado por abordagem cirúrgica ou por via endovascular com libertação de endoprótese. O nosso objetivo é apresentar o tratamento com recurso a dispositivo de encerramento arterial percutâneo.  Materiais/Métodos: Apresentação de um caso clínico de um CVC colocado na artéria subclávia tratado com dispositivo de encerramento arterial percutâneo.  Resultados: Homem de 51 anos internado por enfarte agudo do miocárdio. No primeiro dia de internamento foi tentada a introdução de um CVC na veia subclávia direita. Perante a suspeita de posição intra-arterial foi realizada angio TAC que demonstrou que o CVC havia sido introduzido na artéria subclávia com ponto de entrada proximal à passagem sob a clavícula e com trajeto até ao tronco braquiocefálico. Foi iniciada hipocoagulação com HNF dado o risco de trombose pericateter e embolização. Foi planeada a utilização de dispositivo de encerramento arterial percutâneo Perclose ProGlide® utilizando o trajeto do CVC. Como dificuldades previsíveis para essa opção estava o longo trajeto do CVC até ao ponto de entrada arterial, levantando questões de alcance do mecanismo de sutura do dispositivo e da progressão dos nós nesse trajeto. Sob controlo fluoroscópico foi colocado retrogradamente um balão intra-arterial para controle temporário de hemorragia em caso de insucesso com o ProGlide®; nesse caso o procedimento seria completado com endoprótese recoberta. A artéria subclávia tinha um diâmetro de 12mm, e era ipsilateral a uma FAV úmero cefálica pelo que se optou por puncionar retrogradamente a FAV e progredir o balão para a artéria subclávia. Foi então colocado fio guia rígido pelo CVC, este foi retirado e libertaram-se dois dispositivos de encerramento Proglide® (posicionados às 22h e 14h). Constatou-se a resolução completa da hemorragia clinica e imagiologicamente.  Discussão/Conclusões: A colocação de CVC na artéria subclávia é uma complicação potencialmente grave uma vez que a sua remoção pode ser complicada com hemorragia de difícil resolução. Dependendo do ponto de entrada, podem ainda haver complexidades adicionais pela proximidade das artérias vertebral e carótida. Neste caso deixamos em aberto várias hipóteses de recurso (endovascular e em último caso cirúrgico) mas a nossa preferência foi ad initium a introdução percutânea de dispositivo de encerramento dadas a exequibilidade, simplicidade, menor agressividade, não interferência com o óstio da vertebral, e também menor custo comparado com uma endoprótese recoberta. 
Assunto:lesão da artéria subclávia percutaneous arterial suspension device subclavian artery injury lesão iatrogénica iatrogenic lesion Cateter Venoso Central Central venous catheter dispositivo encerramento arterial percutâneo
País:Portugal
Tipo de documento:journal article
Tipo de acesso:Restrito
Instituição associada:Angiologia e Cirurgia Vascular
Idioma:inglês
Origem:Angiologia e Cirurgia Vascular
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description Introdução: A punção arterial subclávia é uma complicação relativamente frequente da tentativa de colocação de cateteres venosos centrais (CVC). A colocação de um CVC na artéria é mais rara, mas com potenciais complicações graves sobretudo na sua retirada. O controle da potencial hemorragia na retirada do CVC é habitualmente realizado por abordagem cirúrgica ou por via endovascular com libertação de endoprótese. O nosso objetivo é apresentar o tratamento com recurso a dispositivo de encerramento arterial percutâneo.  Materiais/Métodos: Apresentação de um caso clínico de um CVC colocado na artéria subclávia tratado com dispositivo de encerramento arterial percutâneo.  Resultados: Homem de 51 anos internado por enfarte agudo do miocárdio. No primeiro dia de internamento foi tentada a introdução de um CVC na veia subclávia direita. Perante a suspeita de posição intra-arterial foi realizada angio TAC que demonstrou que o CVC havia sido introduzido na artéria subclávia com ponto de entrada proximal à passagem sob a clavícula e com trajeto até ao tronco braquiocefálico. Foi iniciada hipocoagulação com HNF dado o risco de trombose pericateter e embolização. Foi planeada a utilização de dispositivo de encerramento arterial percutâneo Perclose ProGlide® utilizando o trajeto do CVC. Como dificuldades previsíveis para essa opção estava o longo trajeto do CVC até ao ponto de entrada arterial, levantando questões de alcance do mecanismo de sutura do dispositivo e da progressão dos nós nesse trajeto. Sob controlo fluoroscópico foi colocado retrogradamente um balão intra-arterial para controle temporário de hemorragia em caso de insucesso com o ProGlide®; nesse caso o procedimento seria completado com endoprótese recoberta. A artéria subclávia tinha um diâmetro de 12mm, e era ipsilateral a uma FAV úmero cefálica pelo que se optou por puncionar retrogradamente a FAV e progredir o balão para a artéria subclávia. Foi então colocado fio guia rígido pelo CVC, este foi retirado e libertaram-se dois dispositivos de encerramento Proglide® (posicionados às 22h e 14h). Constatou-se a resolução completa da hemorragia clinica e imagiologicamente.  Discussão/Conclusões: A colocação de CVC na artéria subclávia é uma complicação potencialmente grave uma vez que a sua remoção pode ser complicada com hemorragia de difícil resolução. Dependendo do ponto de entrada, podem ainda haver complexidades adicionais pela proximidade das artérias vertebral e carótida. Neste caso deixamos em aberto várias hipóteses de recurso (endovascular e em último caso cirúrgico) mas a nossa preferência foi ad initium a introdução percutânea de dispositivo de encerramento dadas a exequibilidade, simplicidade, menor agressividade, não interferência com o óstio da vertebral, e também menor custo comparado com uma endoprótese recoberta. 
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