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SÍNDROME PÓS-IMPLANTE NO EVAR
| Summary: | Introdução/Objectivos: O Síndrome pós-implante (SPI) caracteriza-se por febre, sintomas semelhantes aos gripais, leucocitose e elevação da PCR no pós-operatório de EVAR. Os autores têm como objectivo estimar a incidência de SPI pós-EVAR na sua instituição, identificar factores de risco e determinar a associação a eventos clínicos. Materiais/Métodos: Foi desenhado um estudo retrospectivo num centro terciário. Todos os doentes submetidos a EVAR entre Julho de 2014 e Dezembro de 2016 foram incluídos. Os dados foram colhidos através da consulta dos processos electrónicos hospitalares, nomeadamente leucograma, PCR e temperatura corporal. O endpoint primário avaliado foi a incidência de SPI, definido como febre >38º e doseamento de PCR >75mg/L. Foi avaliada a associação com características demográficas e do procedimento, tempo de internamento e eventos clínicos (morte ou complicações major) perioperatórias. Resultados: Foram identificados 205 doentes neste período. Após análise dos processos, foram excluídos 25 doentes por terem sido utilizadas endopróteses ramificadas ou fenestradas, 11 doentes por terem sido submetidos a EVAS, 17 doentes pela indicação para o EVAR não ser um aneurisma primário e 46 doentes pela cirurgia ser realizada em contexto de urgência. Nos 106 doentes restantes, a incidência de SPI foi de 19% (n=20). Foi encontrada uma relação estatística significativa em relação ao tabagismo (p=0,005), DPOC (p=0,005) e terapêutica com estatina (p=0,031). Após construção de um modelo de regressão logística multivariável, corrigindo para tabagismo e terapêutica com estatina, verificou-se que o primeiro é um importante factor de risco (OR 7,26; p=0,03) e a terapêutica com estatina um factor protector (OR=0,341; p=0,049). Relativamente a características do procedimento, abordagem percutânea, quantidade de contraste, complicações intra- -operatórias e necessidade de procedimentos acessórios, não se verificaram diferenças. Foi encontrada uma diferença significativa entre grupos no que respeita ao tempo de internamento, sendo a mediana de 5 dias no grupo sem SPI e 7 dias no grupo com SPI (p=0,034). Não foram encontradas diferenças relativamente a eventos cardiovasculares, complicações ou morte nos 30 dias pós-operatório. Conclusão: A incidência de SPI foi de 19 % e está de acordo com o descrito na literatura. Os resultados sugerem que o tabagismo constitui um factor de risco. Verificou-se ainda um aumento de tempo de internamento em 2 dias nos casos de SPI. A terapêutica com estatina na altura da operação é um factor modificável e que se revelou protector em relação à incidência de SPI, reforçando o benefício desta terapêutica no período perioperatório de doentes com AAA. |
|---|---|
| Subject: | Endovascular Procedures Inflamação Aneurisma da Aorta Abdominal Aortic Aneurysm, Abdominal Procedimentos endovasculares Inflammation Síndrome Pós-Implante Postimplantation syndrome |
| Country: | Portugal |
| Document type: | journal article |
| Access type: | Restricted |
| Associated institution: | Angiologia e Cirurgia Vascular |
| Language: | Portuguese |
| Origin: | Angiologia e Cirurgia Vascular |
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|---|---|
| conditionsOfAccess_str | Copyright (c) 2018 Angiologia e Cirurgia Vascular |
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| documentType_str | journal article |
| id | 5602badd-7e18-44fe-bdf3-20de870419ea |
| identifierDoi_str | https://doi.org/10.48750/acv.97 |
| language | por |
| relatedInstitutions_str_mv | Angiologia e Cirurgia Vascular |
| resourceName_str | Angiologia e Cirurgia Vascular |
| spellingShingle | SÍNDROME PÓS-IMPLANTE NO EVAR Endovascular Procedures Inflamação Aneurisma da Aorta Abdominal Aortic Aneurysm, Abdominal Procedimentos endovasculares Inflammation Síndrome Pós-Implante Postimplantation syndrome |
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