| Resumo: | As orientações estratégicas definidas para o setor ferroviário em Portugal têm contribuído para o progressivo encerramento de vários troços e linhas da rede ferroviária nacional considerados deficitários e pouco rentáveis. Este processo de encerramento tem afetado sobretudo o transporte ferroviário regional e penalizado várias regiões e localidades dado que praticamente deixam de ter serviço público ferroviário. Associada à desativação e encerramento surge uma outra realidade – o abandono das infraestruturas ferroviárias. Em Portugal a estratégia tem sido a reconversão de linhas encerradas em ecopistas e esta opção prioritária tem colocado de parte o regresso do comboio. Nos últimos 25 anos o único troço que reabriu ao tráfego ferroviário após encerramento, foi em 1995 e corresponde ao troço da Linha do Tua, entre Carvalhais e Mirandela (4 km). A realidade portuguesa contrasta com a europeia, onde o caminho de ferro regional é parte integrante e fundamental de uma rede de transportes e desempenha um papel importante na mobilidade, na economia e no desenvolvimento local e regional. Em Espanha há linhas desativadas, que mais tarde reabriram ao tráfego ferroviário. Encerrada parcialmente em 1991 reabre em 2003, em toda a sua extensão (340 km), a linha regional León – Bilbao, também conhecida como Ferrocarril de La Robla. A reabertura e renovação integral desta via férrea, contribuiu para melhorar o transporte de mercadorias e de passageiros, potenciar turismo ferroviário e foi um “catalisador-chave” para a criação de novas atividades económicas e culturais em torno do caminho-de-ferro. Contrastando com esta realidade o encerramento progressivo da Linha do Tua trouxe graves consequências às regiões por ela servidas. Neste trabalho de investigação efetuou-se uma análise documental desde as infraestruturas de transporte e desenvolvimento regional ao transporte ferroviário de carácter regional. Foi feita uma comparação entre a Linha do Tua e o Ferrocarril de La Robla e são apresentadas propostas na perspetiva da Gestão Estratégica para um cenário de uma eventual reabertura da Linha do Tua, com base na apresentação de uma ferramenta de controlo de gestão – o Balanced Scorecard, um Mapa Estratégico e uma infografia onde constam algumas propostas de investimento. |